Abadon e as Bruxas de Ucayali
Já
entardecia e o ar começou lentamente congelar a pele, o frio das matas e o ar
que soprava uma névoa e subia dos rios era o suficiente para endurecer numa
única noite. Aquele mundo era realmente sombrio, aterrorizante e ainda mais
estar num universo desconhecido onde às pessoas estavam do outro lado do mapa.
Ninguém poderia saber se alguma coisa desse errado, a única pessoa que poderia
testemunhar era somente Sandalfon.
De uma tarde sombria
vinha o primeiro pingo d água atravessando as barreiras das nuvens espessas até
a testa. Sobrevoando o reino do tempo e se mergulhando num labirinto de
segredos, mas esses mistérios se mantinham eternizados quando batiam no chão e
alimentavam a seiva e as raízes da terra. Os pássaros arredores batiam as asas
gigantes com mais força contra a torrente força das águas que ensopavam suas
penas. Era uma linda harpia com asas negras e peito branco como a neve, os
olhos mais lindos e oceânicos que podiam existir.
De poucos instantes o
mundo de Abadon e Sandalfon foi surpreendido por uma ave gigante com olhos
enormes e asas reconfortantes. Agora estavam num universo mágico onde tudo era
movido por seres encantados. A ajuda vinha de todos os lados. Do céu, da terra,
da água. Não estavam num mundo de tolos.
O mundo agora era maravilhoso, mas o semblante de Abadon demonstrava esse
sentimento e jamais imaginaria que aquele mundo fantástico era tão perigoso que
um simples erro poderia mata-los. Mata-los era muito fácil, mas as aves os
ajudaram porque vira nos olhos de Abadon que ele era o escolhido.
A ponte de porto que
deixara agora vista de cima era tão pequena e os calafrios começaram a surgir,
o pássaro batia as asas aceleradamente porque vira um perigo se aproximar.
Abadon olhou para trás e viu uma espécie de águia. Pois ela vigiava a torre que
de longe subia de dentro do lago maldito. Em cima da ave tinha uma alma que se
deleitou dos mortos para ajuda-la nas terríveis missões. Era um espirito
arqueiro maléfico mandado por alguém do submundo. As flechas vinham zunindo de
velocidade e atravessando as imensas gotas d´águas e nas pontas delas vinha um
veneno lançado pelos sugadores famintos.
O grande pássaro desviou rápido de uma das flechas, pois se apenas encostasse o veneno era fatal.
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