Vestida de Estrelas
Sempre que sou convidada fico imensamente feliz em participar, as poesias nos levam para outras dimensões, onde daqui do meu cantinho eu posso olhar o céu e penetrar no véu negro que oculta todos os seus segredos.
VESTIDA DE ESTRELAS
Havia um desfiladeiro exorbitante de pedras íngremes
Que criava um trilho desgovernado e passagens secretas,
Levando para o desconhecido;
Entrei...
Por uma pequena abertura deslizante, alto e fatal
Vi a água que se resvalava por trás delas,
Daquelas paredes geladas, imensas e impenetráveis,
A força e sua potência, o perigo e o pavor.
Atravessei um enorme espaço vazio de um átrio apavorante
Onde o único habitante possuía uma espécie de horror inevitável,
Que invadiu e impregnou de imediato todos os meus sentidos;
A pressão das águas que se debruçavam por trás daquelas muralhas de pedras
Um pavor real!
Continuei a seguir na direção do friso de luz
Que teimosamente se arrastava num buraco nos seixos,
O desconhecido me chamava, aquela sensação de medo e êxtase
O som hidrogênico que me calava,
Que dilatava um fio dos milhares de neurônios,
E, que tocava a última onda cerebral
Tocou-me!
Senti vibrar a sola dos pés, as mãos, a nuca e o coração
Vibrei por incontáveis segundos
Aquela sensação jogou-me no chão, vibrando impiedosamente,
Eu tinha que ter forças se quisesse seguir o caminho
Mas, ainda prostrada sem fôlego, fez-me abrir os olhos,
Pela umidade e frieza do chão árido que me sucumbiu
E, quase não consegui me conter.
Antes, caminhando de dia eu estava diante da noite;
Vestida de estrelas e sua cortina de trevas
Que me cobria docemente para mergulhar em outras eras.
(Texto com DIREITOS AUTORAIS)
[Claudianne Diaz]
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